03/07/2024 às 22h21min - Atualizada em 05/07/2024 às 00h01min

Mais do que animação: Divertidamente II mergulha nas emoções adultas e gera identificação

Pesquisa aponta que que 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade, uma das emoções apresentadas na nova animação e o Brasil é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o país com maior número de ansiosos do mundo

Chris Coelho Comunicação e Assessoria de Imprensa
Divulgação


Quem foi ao cinema assistir à animação infantil da Disney/ Pixar, Divertidamente II, certamente ouviu burburinhos nas salas de exibição de pessoas se identificando, ou identificando alguém com as novas emoções apresentadas no filme “infantil”. Só que, na maioria das vezes, é um adulto e não uma criança, que é atingida pelas emoções de maneira mais intensa. E isso tem motivos, que podem ser explicados pela análise psicológica. “Nós, adultos, somos uma geração de emoções negligenciadas e muitas vezes, quando crianças e apresentávamos uma delas, isso era visto até como fraqueza. Não podíamos sentir nada, nem tristeza, nem raiva, nem medo, nem nojo, apenas alegria. Hoje, já adultos, temos uma cognição maior para entendê-las e para aprender a vivê-las de forma saudável”, explica a psicóloga Bárbara Couto.
Ansiedade: se não equilibrada vira transtorno
               Uma das novas emoções apresentadas no filme é a ansiedade, com a qual a maioria mais se identifica e os dados mostram porque isso acontece. A pesquisa Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) mostra que 26,8% dos brasileiros receberam diagnóstico médico de ansiedade.  E, em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia apontado o Brasil com a maior prevalência estimada de Transtornos de Ansiedade no mundo, atingindo 9,3% da população. “Ansiedade, quando equilibrada, é uma emoção importante, porque permite que a gente se planeje. Mas, quando se descontrola fica patológica através do medo desmedido do futuro, da catastrofização, que é a tendência de trazer à mente constantemente a pior situação possível para um evento futuro. Ou seja, uma pequena preocupação cresce e se transforma em um cenário gigantesco repleto de medo”, esclarece a psicóloga.
Só dois tipos de pessoas não têm emoções: psicopatas ou quem morreu
               E, para que uma emoção não tome conta da pessoa, modificando até quem ele é, só é possível se permitindo sentir e viver essa emoção. “É preciso entender que as emoções são normais e que só dois tipos de seres humanos não sentem emoções: os psicopatas e os que já morreram. Então, se sentimos emoção quer dizer que somos humanos e que vamos ter essa manifestação do nosso cérebro como forma de agir a algum acontecimento. Ao aprender a comunicar se bem com a emoção, não as negligenciar, se permitir vive-las, faz com que se ganhe controle sobre elas. O filme Divertidamente II mostra de forma bem clara a importância da ansiedade, mas que fora do controle ela nos adoece, por mais que o nosso cérebro ache que esteja nos protegendo”, analisa Bárbara.
O segredo é ouvir e entender as emoções
               O filme mostra também que as palavras moldam o pensamento e este gera a emoção, que vai levar a um comportamento. “As emoções são manifestadas pelos pensamentos, diante de uma situação. E todas as emoções têm um motivo para existir. Por exemplo se eu sinto raiva, na verdade é só o meu cérebro sinalizando que alguém está cruzando algum limite e a raiva me permite colocar esse limite ou me afastar dessa pessoa. Quando sinto tristeza significa que meu cérebro diz que preciso ficar mais introspectivo para pensar sobre  e resolver a situação que me causou essa emoção. Quando sinto medo é um indício para que que eu não me arrisque, eu planeje e não ponha a minha vida em risco ou meta os pés pelas mãos por decisões precipitadas. Todas as emoções são importantes. O segredo entender e ouvir nossas emoções,  saber que podemos controla-las melhor e usá-las a nosso favor. Apenas se permitindo sentir é que saberemos como lidar,” finalizou Bárbara
A psicóloga Bárbara Couto
        Bárbara Couto é Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Brasília (UNICEUB) e tem Mestrado em Psicologia Clínica e Saúde pela – Universidad Europea del Atlantico (UNIAtlântico), da Espanha.
              Ela também tem Especializações em Terapia Cognitivo Comportamental e Neurociências e  em Comportamento, ambas pela PUC-RS e em Neuropsicologia Clínica, pela Capacitar.
              Bárbara Couto escreveu dois livros, editados pela Drago Editorial, em versões impressa e e-book. O primeiro “Permita-se”, sobre relacionamentos abusivos e libertação emocional. E o segundo “Aceita-se”, sobre tabus e necessidade da autoaceitação para sobreviver em uma sociedade que tem dificuldade em aceitar.


 

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CHRISTIANE PEREIRA COELHO
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